Albert Einstein é lembrado como o físico que revolucionou a ciência moderna. Símbolo máximo da racionalidade. O rosto da razão e da lógica absoluta.

Mas existe um lado pouco conhecido da sua vida: as cartas que escrevia para a filha Lieserl.

Nessas cartas, não havia equações. Não havia fórmulas. Não havia teorias complexas. Havia amor. Havia filosofia. Havia humanidade pura. Einstein escrevia sobre emoções que nunca caberiam em um quadro negro cheio de números.

Ele sabia que certas verdades não poderiam ser comunicadas em palestras nem em artigos científicos. Elas precisavam de intimidade. Precisavam de proximidade. Precisavam de palavra escrita, direta, silenciosa — enviada a alguém que importava de verdade.

Essas cartas não foram publicadas em vida. Ficaram guardadas. Escondidas. Mas quando vieram à tona, mostraram ao mundo que até o maior símbolo da razão buscava, na escrita pessoal, a forma mais profunda de conexão.

Einstein não escrevia para vender. Escrevia para vincular. E é isso que dá poder às palavras íntimas: o fato de que elas permanecem ecoando muito além do instante em que foram lidas.

Email é Só para Vender, Não para Criar Conexão?

Essa é uma das maiores distorções do marketing digital. Muita gente olha para o email como um panfleto eletrônico. Um lugar de ofertas. Descontos. Chamadas frias. E por acreditar nisso, acaba tratando um dos canais mais íntimos do mundo digital como se fosse apenas mais uma vitrine.

Mas email não nasceu para ser propaganda. Email é carta. E cartas, quando bem escritas, não apenas informam: elas transformam, conectam, permanecem.

Quando você usa o email apenas para vender, transforma-o em panfleto. Quando você entende que o email é carta, descobre o poder de criar vínculo real.

O feed das redes sociais é praça pública. Barulhento. Raso. Cheio de olhares. O email é sala de estar. Silencioso. Íntimo. Sem plateia. Ali, o leitor escolhe abrir ou não abrir. Escolhe dedicar ou não dedicar atenção.

E justamente por isso, o email carrega um valor que nenhuma rede social entrega. Ele é voluntário. Consciente. Intencional.

Vender pode até ser consequência. Mas a essência é conexão. E para provar isso, vamos desmontar os três mitos que fazem tanta gente enxergar o email apenas como ferramenta comercial.

Os Três Mitos Que Transformam Email em Propaganda Fria

Mito #1: "Conexão se faz nas redes sociais, email é só ferramenta comercial"

O primeiro mito é acreditar que conexão se faz nas redes sociais e que email é apenas ferramenta comercial. É fácil cair nessa quando vemos as redes como vitrines de interações visíveis.

Mas pense comigo. Quantas conversas realmente profundas você já teve em praça pública? Quase nenhuma.

O feed é barulho. O inbox é silêncio.

No feed, você fala para impressionar. Para conseguir curtidas. Para gerar comentários que inflam o ego por algumas horas. No email, você fala para se aproximar. Para criar memória. Para deixar algo que vale a pena guardar.

O que conecta não é a multidão assistindo. É o espaço privado. É a sensação de que alguém está falando diretamente com você. Não para mil pessoas ao mesmo tempo. Mas para você.

Quando você escreve um email bem construído, o leitor não sente que está consumindo conteúdo. Ele sente que está recebendo uma mensagem pessoal. Que alguém pegou tempo para pensar nele. Para organizar ideias que podem mudar algo na forma como ele vê o mundo.

E tem mais. No feed, tudo desaparece em horas. No email, as pessoas salvam. Relêem. Encaminham para amigos. Voltam meses depois para encontrar aquele texto que marcou.

E aqui vai a provocação: será que você está mesmo criando conexão ao colecionar comentários… ou apenas acumulando barulho?

Mito #2: "Email é formal demais, não dá para criar proximidade"

O segundo mito é que email é formal demais e não dá para criar proximidade. Essa crença vem do peso corporativo que o email ganhou nas empresas. Relatórios. Memorandos. Comunicados frios.

Mas email não é só isso. Ele pode ser carta pessoal. Conversa íntima. Espaço de confidência.

Uma newsletter bem escrita não soa como comunicado. Não parece ofício. Não tem aquele tom de "Prezado cliente" que afasta. Ela soa como alguém se dirigindo diretamente a você. Como se estivesse sentado na sua frente. Tomando café. Conversando sobre coisas que importam.

Proximidade não está no meio. Está no tom. Não está na plataforma. Está na forma. Você pode escrever um post no Instagram que soa distante. E pode escrever um email que soa como conversa entre amigos.

O problema não é o email. É a forma engessada com que a maioria das pessoas ainda o usa. É o medo de ser pessoal. De mostrar vulnerabilidade. De escrever como se estivesse conversando de verdade.

Quando você para de escrever como empresa e começa a escrever como pessoa, tudo muda. O leitor percebe. Ele sente a diferença entre um texto produzido em série e uma mensagem feita com cuidado.

E aqui está a pergunta que vira chave: será que o problema é o email… ou é a forma engessada com que você ainda o escreve?

Mito #3: "Ninguém tem tempo para ler emails pessoais, só olham o que é urgente"

O terceiro mito é que ninguém tem tempo para ler emails pessoais e que as pessoas só olham o que é urgente. Essa é a crença da pressa. A ideia de que todo mundo está ocupado demais para parar e ler algo com calma.

Mas observe a realidade. As mesmas pessoas que "não têm tempo" passam horas em séries. Em podcasts. Em livros. Em conversas longas com amigos.

Não falta tempo. Falta intenção.

Quando o texto é vazio, o leitor ignora. Quando o texto nutre, o leitor para. Quando você entrega algo que faz alguém pensar diferente, que oferece perspectiva nova, que resolve um problema real, as pessoas encontram tempo.

Email não concorre com urgência. Concorre com relevância. A pergunta não é "quanto tempo isso vai tomar?" A pergunta é "isso vale o meu tempo?"

E tem outra questão importante. Emails pessoais bem escritos criam ritual. As pessoas esperam por eles. Guardam para ler no momento certo. Com café. Com calma. Com atenção plena.

Você não está competindo com boletos. Você está competindo com Netflix. Com livros. Com conversas significativas. E quando você entrega densidade, quando você oferece valor real, você ganha essa competição.

E a pergunta que fica é: será que seu público está realmente sem tempo… ou será que ainda não encontrou algo que valha o tempo dele?

O Email Como Ouro Invisível

Os números enganam porque mostram volume, não profundidade. As redes sociais entregam alcance. Mas alcance não é sinônimo de vínculo.

O que gera confiança, fidelidade e autoridade não é a quantidade de curtidas visíveis. É a densidade do que você entrega no silêncio do inbox.

Quem usa email apenas como vitrine perde o que ele tem de mais valioso: a possibilidade de falar direto ao coração do leitor. É como Einstein entendia com suas cartas. Certas verdades não cabem em palco. Precisam ser ditas em voz baixa. Quase no ouvido.

O mercado corre atrás de barulho. Mas é no silêncio do inbox que nasce a confiança. E confiança é o único ativo que não evapora quando o algoritmo muda.

Enquanto criadores perseguem métricas de vaidade no feed, os estrategistas constroem listas de email. Enquanto outros celebram likes que desaparecem, os inteligentes cultivam relacionamentos que duram anos.

Email não é propaganda. É carta. E toda carta bem escrita não vende apenas: conecta, transforma e permanece.

A pergunta agora é: Você quer continuar tratando o email como panfleto de supermercado? Ou vai começar a usá-lo como carta viva, íntima, que cria vínculo real com quem mais importa?

E você? Já recebeu um email que te marcou de verdade, não porque tentou vender, mas porque parecia uma conversa direta com você? Ou já sentiu que estava usando o email apenas como vitrine — e percebeu que isso afastava, em vez de aproximar?

Responda. Quero ouvir sua visão.

Forte Abraço e até a próxima edição!

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